Inclusão social, autonomia, bem-estar e dignidade: palavras-chave que estimulam e proporcionam qualidade de vida aos moradores da cidade que frequentam as Casas de Convivência e Lazer para Idosos. O projeto, da Secretaria Especial de Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida, oferece à população da terceira idade diversas atividades gratuitas que visam à disseminação de hábitos saudáveis e à melhoria na qualidade de vida.

São seis unidades no município, que funcionam das 8h às 18h e atendem por mês 2 mil pessoas com mais de 60 anos. Todas as casas oferecem atividades físicas e intelectuais como ioga, Tai Chi Chuan, pilates, ginástica, dança de salão, oficinas de português, inglês, francês, informática, bijuteria, percussão, pintura em tecido, arte terapia, teatro e música.

- Nosso objetivo é trazer lazer construtivo para essas pessoas. Trabalhamos com atividades voltadas para melhorar a memória, a cultura, a convivência e o lazer. Nossa função aqui é discutir a realidade do idoso e atualizá-los, promovendo a troca de conhecimento, a integração e trabalhando a identificação de direitos políticos e sociais – explicou o assistente social da Casa Bibi Franklin Leal (Tijuca), Tiago Pereira de Souza.

Idosos caem no samba

Na última quarta-feira (23/01), 46 idosos frequentadores das Casas de Convivência e Lazer da Lagoa e de Botafogo visitaram a Cidade do Samba, na Gamboa. O grupo foi recepcionado pelo vice-presidente da G.R.E.S São Clemente, Roberto Almeida Gomes, que o levou a uma visita guiada pelo local e pelo barracão da escola, a única da Zona Sul do Rio no Grupo Especial. Durante o passeio, Roberto explicou o enredo, "Horário Nobre", que pretende repetir na Avenida o sucesso das telenovelas brasileiras. O grupo esteve todo o tempo acompanhado por equipe formada por nutricionista, assistente social e enfermeira.

Além de percorrer os quatro andares do barracão e os ateliês onde são confeccionadas as fantasias, o grupo se sentiu numa máquina do tempo ao reviver cenas de suas novelas favoritas, conferindo de perto a grandiosidade das alegorias que retratarão personagens como a Natasha de 'Vamp', a dupla Teresa Cristina e Crodoaldo de 'Fina Estampa', e a eufórica Viúva Porcina de 'Roque Santeiro'.

As visitas à Cidade do Samba tiveram início há dois anos, uma ideia do diretor de bateria da São Clemente, Tião Belo, que trabalha na Casa de Convivência de Botafogo. Segundo ele, o objetivo é apresentar o carnaval carioca para os idosos:

- O carnaval é a cultura do Rio, e muitos desses idosos nunca tiveram a oportunidade de conhecer e de se aprofundar sobre essa cultura. Com o tempo e as atividades que realizamos nas Casas, eles foram percebendo que carnaval é um momento de lazer, diversão e integração.

Frequentadora há quatro anos da Casa Padre Veloso, em Botafogo, a professora aposentada de arte e música Marilene Oliveira, 63 anos, registrou todos os momentos do passeio em sua câmera fotográfica. Apesar de já ter desfilado duas vezes em escolas de samba – inclusive na São Clemente – era a sua primeira visita à Cidade do Samba:

- O carnaval é uma grande escola de arte e música, e a Cidade do Samba é uma aula de cultura. Essa é minha primeira visita e eu não imaginava que fosse assim, a estrutura é muito boa e é realmente grandioso, como o carnaval carioca merece.

Para Anderson Pereira Martins, supervisor da Casa Padre Veloso, as atividades externas são fundamentais para a saúde mental e física dos frequentadores das Casas:

- O nosso objetivo com essas atividades externas é trazer cultura para os idosos, além de muita alegria. Muitos aqui vivem em depressão e, por isso, tirá-los da rotina é muito importante.